Intercâmbio Maluco Se01ep06

Uma host Family, em moldes mais tradicionais de intercâmbio, existe com poucas funções. Eles necessitam dar um quarto ao estudante, café-da-manhã e janta. Apenas isso. Pode parecer pouco, mas cada estudante deve ter um quarto individual (creio eu) e, geralmente, todos se alimentam bem (eu engordei bem nos primeiros meses lá, depois dei uma regulada e tentei me ater mais às atividades físicas). A host Family não é escrava de um estudante internacional, eles não precisam fazer suas necessidades ou te idolatrar como um deus; cabe a cada um se adequar às famílias respeitando-as como respeitam as próprias famílias – e se você não respeita os seus responsáveis, não deveria ir a outro país. Minha host mom trabalhava com a empresa americana que fazia o intercâmbio, a ISE, e tinha bastante experiência em lidar com jovens de diferentes nacionalidades (predomínio de brasileiros e alemães, disparado brasileiros e alemães). Eu não posso falar dela sem comentar, também, que não era muito velha, e parecia ser dez anos mais jovem do que realmente era, trabalhava em uma fábrica de motosserras e sopradores de folha, essas coisas – não sei ao certo até hoje -, como emprego integral, e gostava de rock e fazer vídeos com fotos de viagens (ao menos uma viagem internacional por ano). O host dad era engraçado e sempre bem-humorado, usava mulets, tinha um bigode comportado, era fazendeiro (galinhas, intermináveis galinhas crescendo em longos galpões, esperem por mais relatos) e junto ao terreno dele estava a casa dos pais dele, meus host grandparents, um casal de idosos desses bem pacíficos e de bem com a vida, tranquilos de tal maneira que eu poderia passar dias conversando sem problema algum (o host grandad mantinha uma horta e fazia as atividades fora de casa durante as estações mais quentes mesmo com oitenta anos, sujeito forte o host grandad). Vivi em uma fazenda com uns 120 acres de terra, se entendi bem, e caso não saiba quantos quilômetros quadrados seja isso eu também não sei...



Procurando vigorosamente em um dicionário o quanto seria um acre de terra... olhando incrédulo para a quantia... voltando a escrever...

Intercâmbio Maluco Se01ep05

Acontece que, como o Gigante havia convidado no dia anterior, naquela quarta, assim como nas quartas posteriores durante a tarde, eu iria à igreja com ele. Abrem-se as cortinas e entram os comentários, continuo sem fé e sem crença, mas uma importante parte da compreensão de culturas diferentes vem da religião local, e fazer parte desse processo é importante, não só para aprender sobre elas, mas também para aprender mais sobre o local e as pessoas que lá habitam, além de poder se associar a eles de maneira mais próxima. Eu voltei para casa naquele dia no ônibus, no banco de trás, e conheci o Atleta e a amiga loira de olhos azuis dele, a Juvenil, vou chamar assim por falta de criatividade. Eu não sabia se os dois namoravam ou eram irmãos. Em uma sociedade onde a demonstração pública de afeto pode ser considerada crime ficava quase impossível diferenciar as situações; mas eles perguntaram quem eu era e de onde eu vinha, eu falei que era do Brasil e troquei algumas palavras, para depois sentar em meu banco e me preparar para iniciar uma longa tradição de dormitadas folgadas no Snail Bus (ironia de nome, andava rápido demais para um veículo com infantes). Em casa eu tomei um banho e esperei pelo Gigante, que chegou em sua F-150 chamada Larry (nome real da caminhonete) acompanhado dele, o TeddyBear, um mexican-american, chamado sempre pelo sobrenome, baixo e gordo que gostava de tirar selfies com a mesma cara e jogava no time de futebol americano, o Gigante costumava jogar também, e agregou a maioria dos amigos ao church group. Entrei no carro com eles, conversei sobre coisas fúteis e sem necessidade de muita habilidade no inglês, e fomos para a igreja. 



Meus rascunhos perdidos no celular

ela
Eu não acredito em amor, mas se acreditasse, seria isso que sentiria por você. E não seria por sua beleza, que me é estonteante - veja bem como me perco e descrevo -; não seria por usa gentileza, que me é salvadora nas horas mais negras e confusas de meu ser - todo ele, assim -, mas por você ser quem é, ter esse sorriso capaz de iluminar qualquer momento de meu dia, por ter esse olhar capaz de me segurar a todos os instantes pelo tempo que quiser, por me fazer pensar em você nas noites frias ou quentes, escuras, longe como estamos desde sempre nessa linha cinzenta corrida pela história apesar do início bem colorido à tinta. Se vejo seu rosto em vida ou pensamento sou capaz de resistir, ainda que por pouco, aos acessos de desânimo da vida a me rondar cada vez mais de perto conforme avançam as datas e me forçam a ser quem não sou. Amor é veneno em minha boca, corrói-me ao falar - desde que nos beijamos, e faz já tanto tempo; me fere dizer dizer isso, pois não digo seguido de teu nome, pois não vivo seguido por fases - em dias - de você; por ti volto a repetir ainda essa vez - mas não me retribua com afeto, espero um tapa e um sorriso de escárnio, distância. Me viu como eu não poderia ser visto, me ouviu quando eu pedia silêncio, me despertou quando eu esperava o sono - e que sonho do qual acordei e nele havia você! 
Me empurre para longe, não ouse me levar para mais perto, sou como vidro em tensão: mais um pouco e me quebro.


perguntas

Se eu lhe beijasse agora, se importaria?
Meu beijo recusaria, ou iria me ignorar?
Fazer olhos mortos e deixar passar essa ousadia,
deixar morrer essa minha alegria -
em poder te tocar e desafiar sua e minhas razões.

Se eu lhe abraçasse agora, me envolveria?
Teu calor a meu corpo frio daria?
- esse meu frígido pedaço de matéria
no outono ameno desse fim de vida,
amarelo presságio de morte.

Se eu tivesse a coragem de perguntar, responderia?
Não sei, e creio que você, também,
nunca saberá.


revelação

O único motivo pelo qual estamos aqui
é sentir essa ardência ao viver
chamada felicidade. 
Mas feliz quem fui eu 
ao dar um passo distante e,
sabendo, 
me afastei eterno daquilo que me seria -
agradável.


Carranca

carranca
pede o sapatinho
que perde o sapatinho
que tem o menino
que roda sem parar
carranca
roda a melodia
me desperta alegria
do menino serelepe
que pratica essa
carranca
de noites suadas no travesseiro
esperando pelo sono que não veio
a pensar nela verdade inconveniente
verdade inconsequente
com aquilo que queria que fosse
com aquele negrume choroso sob o ventilador
reclamando do mundo e lançando uma
uma carranca
máscara de tudo da dor e da morte


Filosofia forçada

Fazer é de certa forma querer
- que tudo mude o mundo,
que o mundo gire sem tempo e seja desejo
- que arde em cada um de nós -
- que somos todos peças de um jogo,
um jogo de infinitas peças perdidas,
peças caídas no chão cheio de sangue 
das vítimas de tal jogo,
o jogo - de fazer e querer...
querer que o mundo mude e continue girando,
mas os olhos fechando 
para as partes desconexas aos lados
até sermos quem somos querendo,
querendo fazer.

Intercâmbio Maluco Se01ep04

Passado o ônibus chego à escola. Todos os dias eu chegava alguns minutos mais cedo do que o normal, e nos primeiros dias parei ao lado da porta da sala de química esperando como um idiota pelo sinal e pela chegada do professor. Até que esse, o chamarei de Yoda – nas palavras dele haviam apenas duas coisas de que gostava, química e Star Wars –, contou-me a respeito da cantina e sobre como todos os alunos ficavam por lá até ser hora de irem para as salas. As aulas de química, como tive apenas química e não química avançada, foram mais ou menos do início da química e ensinamentos sobre o sistema métrico e como usar um béquer até estequiometria simples, sem excesso ou impurezas, em apenas cinco meses. Um feito e tanto, convenhamos, mas pela falta de tempo não se aprofundavam muito os temas. Esqueça isso, porque o Yoda era engraçadíssimo e um excelente professor. Em todas as salas de aula estavam instalados computadores e quadros interativos para os docentes, isso porque falamos de uma escola pública – essa iniciativa, caso me lembre bem, veio do Clinton -. O Yoda usava esses recursos com decência. Embora escrevêssemos no caderno de acordo com o que ele escrevia no caderno dele - e aparecia no quadro interativo -, a aula transcorria bem, e os recursos eram bem administrados. Naquela sala estavam o Brigão (mais para o fim dessa longa história), a minha parceira de laboratório, a Chiclete (ela os mascava de boca aberta, e por isso talvez eu tenha pensado muito em alguns dias em cometer um assassinato acidental no laboratório), o ThinCracker, os FatCrackers, a Anã (baixa, mas não anã de verdade), as Barraqueiras, o Bob (vou chama-lo assim porque me faltaram mais ideias), a Capital (o nome dela era o nome da capital de um dos estados) e outros menos importantes se não lembro deles agora. Bob e o Yoda eram excelentes como dupla de comédia, não tive muitos dias ruins começando a estudar, e o Mestre Jedi punha a sala dele bem fria, de modo que era ficar acordado ou morrer. Dagobah (referências para aqueles com um mínimo de informação sobre a cultura pop) era decorada com quadros com frases motivadoras, algumas informações sobre química, a bandeira americana presente em todas as salas (fazíamos o juramento a bandeira americana na primeira aula, e apenas o aprendi por inteiro nos últimos meses), além da mesa de computador, a base do Yoda, uma mesa de computadores ao fundo, as bancadas para as duplas, eu e Chiclete dividimos a mesma bancada por meses a fio, uma parada guardando aproximadamente vinte, sim eu disse vinte, vinte laptops para cada aluno. Laptops esses que existiam em quase todas as salas. Por favor, pense nisso quando for falar de ensino no Brasil – se não há sequer financiamento decente para as merendas e infraestrutura, não poderemos ter laptops para serem usados como complementos aos estudos -. 



Intercâmbio Maluco Se01ep03

Eu não entrei para comer naquele dia, ou não me lembro de tê-lo feito, mas sei que saí da cantina e fui para a porta que dava acesso ao interior da escola novamente e de lá para a sala de história. A porta estava trancada, procedimento padrão para os alunos não entrarem e colocarem bombas dentro do ambiente de estudos comum a todos, então eu fiquei esperando. Pouco a pouco aproximaram-se de mim, aqueles que no Brasil seriam chamados de favelados, bandidos ou idiotas (tolice descomedida e generalizante), mas lá eram o ghetto. Entenda bem antes de me chamar de racista, o processo de rompimento com a segregação racial nos EUA levou tempo, e foram necessárias várias tentativas (Luther King, Malcon X, etc etc) para desvincularem a sociedade das leis segregacionistas. Isso aconteceu até a década de 70, passaram-se apenas 40 anos, as coisas não mudaram de maneira drástica nesse tempo todo – lembre-se também que eu estava no sul, e no sul as coisas são um tantinho piores (Ku Klux Klan e coisas assim). Logo, aqueles que vieram falar comigo no primeiro dia eram negros, agiam ghetto – que eu achei a coisa mais descolada da terra, sério, se você não fala daquele jeito e não age daquele jeito, não é legal, e para eles era natural daquela forma, ser cool, ao meu ver, era ser como eles, dançar, cantar, rimar e mandar muito nos esportes (brancos fedem a danone). Tentei me integrar, mas me senti o Slim Shady em Detroid; eram simpáticos, perguntaram se havia weed legalmente no Brasil, eu disse que não, me perguntaram se haviam muitas hoes no país, eu disse algumas, fui ovacionado, eles mal me entendiam, não sabiam falar meu nome (até o fim da viagem eu seria conhecido por Joe, ou SuperJoe para aqueles que me conheciam bem e sabiam o quão incrível eu era), mas adoraram meu sotaque e ficaram ao meu redor dizendo coisas que não entendi. Alguém me ofereceu (vou chama-lo de Carlitos pois nunca descobri o verdadeiro nome dele) uma garota dizendo que ela era a hoe americana, ela começou a bater nele, o sino tocou e eu voltei para a aula achando tudo aquilo um máximo. Carlitos futuramente viria a me encontrar nos corredores da vida e da escola e sempre dizer meu nome com um sorriso no rosto e cheio de alegria, grande cara o Carlitos. 



Intercâmbio Maluco Se01ep02

PARTE UM - Aqui mesmo você pode ler a parte 1

Brasileiros tem muita fama de serem receptivos e educados, mas os americanos não perdem muito nisso. Todas as pessoas que conheci eram receptivas e gentis comigo, fosse porque eu era brasileiro, fosse porque eu tinha milhares de truques para impressiona-los e ganhar a confiança deles (se não puder ser sociável então seja atrativo como um parque de diversões cheio de anões e balões). Na festa as pessoas falavam um pouco comigo e eu tentava me mostrar educado e respondê-las sem soar como um primata desengonçado, falhei, mas naquele dia falei com o Alemão, um brother, como de se esperar, da Alemanha, alto e misterioso a mim naquela hora. Chamaram-me para o time de track, que mais tarde descobri ser atletismo, puxei assunto com uma garota e descobri alguns segundos depois que ela tinha namorado – fiz uma piadinha e acho que ela não entendeu o meu sotaque. Depois de virar o ano e os americanos se mostrarem sem graça alguma para festa – sem música, sem os “parabéns, feliz ano-novo”, passados tradicionalmente pessoa-a-pessoa, sem muitos comes e bebes, apenas uma fogueira do lado de fora e um violão, além de basquete e futebol americano no escuro. Fui para uma sala, que naquela casa havia – olha a prolixidade ao inverter a sintaxe da sentença (olha a loucura ao escrever assim...) -, sentei no sofá e vi um americano jogar Batman Arkhan City, acompanhado do Alemão. Dormi no sofá e disse que estava tudo certo. Meu host dad chegou depois de algumas horas, o cachorro dos anfitriões da festa tentou ir embora conosco (fiz uma forte amizade com ele – roubou meu lugar, mas era finíssimo e tocava piano), dormi mais um pouco no carro, cheguei em casa e dormi de novo.

O grande jogo dos infernos: BetaÂnimus - Jornada pelo Tempo.

Então, pode ser que vocês saibam já, depois de tanto tempo junto comigo aqui nesse lugar, que eu gosto de criar coisas, muitas coisas, independente do gênero. Mas, talvez, não saiba o quão longe eu vou para criar... Enfim, eu vou longe demais. 
E uma das coisas que decidi criar alguns anos atrás e que retomei agora por pura falta do que fazer foi um jogo. 
Carai, um jogo?
Sim, um jogo, um RPG feito na plataforma mais cheirosa do mundo, o RPG Maker VX. 
E daí?
E daí que eu vou disponibilizar o AlfaPrimusTester do jogo aqui com algumas coisas já pronta, apenas por diversão, gratuitamente para sempre. E vou atualizar os arquivos conforme as coisas andem. 
Por hora eu colocarei algumas imagens e o arquivo com o que já está pronto do jogo.
Qualquer comentário, dúvida ou sugestões você pode mandar pelos comentários mais abaixo.

Vamos ao que interessa.

Intercâmbio Maluco - Se01ep01

Minha viagem aos Estados Unidos.

Esse aqui vai ser um compilado gigantesco, que pretendo dividir em algumas partes, sobre minha experiência de intercâmbio indo para a pequena cidade de Nashville, Arkansas. Foram cinco meses de vivência tendo como inglês a única forma de comunicação com as pessoas de lá, e evitando – ao máximo embora sem muita força de vontade – o uso do português. De maneira geral eu devo avisar que, em se tratando de uma viagem longa, mas exclusiva àquele local, eu vou falar em termos gerais e esperar que você entenda que o os EUA são um país imenso, e por isso possuem uma diversidade cultural gigantesca, não só pelo tamanho, como também pela quantidade de imigrantes vivendo por lá. É preciso lembrar, também, que certos eventos foram romantizados para transformar essa narrativa em algo mais aprazível à leitura, ou seja, por mais que seja tudo verdade, até certo ponto, eu fiz da minha memória uma história – grande Narciso eu sou.



Vamos ao que interessa.

Até onde iríamos caminhar?

Até onde eu iria caminhar com ela? Até onde estaria disposto a ir? Eu não tinha ideia, era uma ponte de luzes no paraíso capaz de nos guiar para qualquer lugar.
As estrelas estavam todas diante de nós, para podermos vê-las. Nelas propagavam-se as faces e vozes de mil vezes mil pessoas antes que percorreram o mesmo caminho, de felicidade e realização, mas frágil e pouco fácil de ver. O céu noturno era azul escuro, tão forte a luz brilhava – ela como patrona dos amores. Sob nós uma escuridão profunda, o nosso esquecimento, as nossas coisas jogadas fora pelas situações da vida.
Lado a lado, mão a mão, andamos, sorrimos, e por pouco não deixamos de cair e alcançamos as estrelas. Caímos, como eu esperava cair e talvez por isso o tivesse feito, mas foi devagar, primeiro bambeando e depois suavemente ao longo da encosta negra do abismo interior em nós. Enquanto caíamos ainda tentávamos nos agarrar, mas cada vez que nos esbarrávamos gerávamos em nós uma dor profunda, uma agonia marcante em nossas mentes, gravada pelo fogo do coração. Éramos nós mesmos dizendo para largar, que deixássemos a queda mais rápida, indolor; mas não nos ensinaram aquilo, nos ensinaram a juntar, nunca a separar, por mais doloroso que fosse.
Fomos, e engolimo-nos cada um a seu modo, cada um a seu tempo, para nos esquecermos rancorosos do paraíso que havia lá em cima, na estrada invisível guiada por estrelas e iluminada pela lua.

Uma conversa imaginária entre Beatriz e Dante, levando à desconstrução de uma das grandes obras da poesia mundial

Dante, não quero que me sigas ao inferno,
pois meus lábios já são o frio inverno
e meu seio descansa eterno.
Meu amor por você está morto, e foi belo.

Beatriz, não se despeça ainda,
pois meu amor por você é minha vida
e das flores és meu eterno jardim de margaridas
... tu és no céu e na terra tão querida...

Não nascemos para estarmos juntos
tal qual a dama e o vagabundo 
são apaixonados e separados, moribundos
esperando pelo ocaso do mundo...

Quanto spleen e melancolia!
Ainda não é tempo e dia
para isso, então sorria
pois vou tê-la como companhia...

Oh, não insistas nessa ilusão,
pois você é poeta e vive do coração
e o meu já não bate então.
Largue agora de minha pálida mão...

E com que força o farei?
Se não sou cavaleiro ou rei
para essa força ter... jamais terei!
Se me aproximar de ti de volta a trarei...

Tolices! A morte é irrecusável.
Tão forte se faz irretratável.
Tão cruel se faz irreparável.
Toda minha, é inseparável...

Tantos nãos agora, 
mas sei que muda ideia alguma hora
e volta aos vivos,
não se finge de morta.
Nessa dor da espera, demora,
eu pulei uma linha torta.
Suas palavras frias foram embora
e sua alma descansa, seu corpo brota
como flor desta cova...

Então vamos nos despedir,
e você vai sair daqui.
Para poder viver, sorrir,
e sobre nós refletir.
Antes de se lançar, cair,
no Inferno cair,
e ver o próprio Satã rugir,
e não poder fugir,
se arrepender por tolices me seguir,
vamos dizer aDeus,
diga...

Adeus!
Mas prometo voltar...