Uma host Family, em moldes mais tradicionais de intercâmbio, existe com poucas funções. Eles necessitam dar um quarto ao estudante, café-da-manhã e janta. Apenas isso. Pode parecer pouco, mas cada estudante deve ter um quarto individual (creio eu) e, geralmente, todos se alimentam bem (eu engordei bem nos primeiros meses lá, depois dei uma regulada e tentei me ater mais às atividades físicas). A host Family não é escrava de um estudante internacional, eles não precisam fazer suas necessidades ou te idolatrar como um deus; cabe a cada um se adequar às famílias respeitando-as como respeitam as próprias famílias – e se você não respeita os seus responsáveis, não deveria ir a outro país. Minha host mom trabalhava com a empresa americana que fazia o intercâmbio, a ISE, e tinha bastante experiência em lidar com jovens de diferentes nacionalidades (predomínio de brasileiros e alemães, disparado brasileiros e alemães). Eu não posso falar dela sem comentar, também, que não era muito velha, e parecia ser dez anos mais jovem do que realmente era, trabalhava em uma fábrica de motosserras e sopradores de folha, essas coisas – não sei ao certo até hoje -, como emprego integral, e gostava de rock e fazer vídeos com fotos de viagens (ao menos uma viagem internacional por ano). O host dad era engraçado e sempre bem-humorado, usava mulets, tinha um bigode comportado, era fazendeiro (galinhas, intermináveis galinhas crescendo em longos galpões, esperem por mais relatos) e junto ao terreno dele estava a casa dos pais dele, meus host grandparents, um casal de idosos desses bem pacíficos e de bem com a vida, tranquilos de tal maneira que eu poderia passar dias conversando sem problema algum (o host grandad mantinha uma horta e fazia as atividades fora de casa durante as estações mais quentes mesmo com oitenta anos, sujeito forte o host grandad). Vivi em uma fazenda com uns 120 acres de terra, se entendi bem, e caso não saiba quantos quilômetros quadrados seja isso eu também não sei...
Procurando vigorosamente em um dicionário o quanto seria um acre de terra... olhando incrédulo para a quantia... voltando a escrever...